Quase toda a gente sabia até há uns 20 anos
qual foi a primeira cadela no espaço. Mas poucos sabem enfim qual a
verdadeira história desta cadela e dos outros cães no espaço,
inicialmente todos cães recolhidos nas ruas de Moscovo.
A primeira utilização de cães na história da
conquista do espaço foi a 15 de Aosto de 1951 com Dezik e Tzygan, que
efectuaram com sucesso um vôo sub-orbital.Dezik e Lisa efectuaram outro vôo
em Setembro do mesmo ano mas não sobreviveram, foram as primeiras vítimas
da exploração espacial. Com sucessos e fracassos numerosos vôos
sub-orbitais são levados a cabo até 1960, cabendo o recorde de
sucessos a uma cadela chamada Otvazhnaya com 5 lançamentos.
Todos estes nomes no entanto cairam no esquecimento, somente um
sobreviveu. Laika.
A sua histórias começa em 4 de Outubro de 1957 quando o Sputnik I, o
primeiro satélite artificial é colocado em órbita. durante 22 dias o
orgulho da União Soviética orbita a terra. Dez dias após o lançamento
Nikita Krutschev ordena que se lance um novo satélite desta vez com um
ser vivo a bordo. a fim de celebrar o quadragéssimo aniversário da
revolução, que terá lugar em 7 de novembro. Serguei Korolev, o
director do programa espacial em Baikonur, a cidade das estrelas, diz ser
impossivel antes de Dezembro. Assim o Sputnik II não é preparado
sem desenho preliminar e sem testes de fiabilidade, uma preocupação
que normalmente por si seria fatal.
Assim no Dia de 3 Novembroàs 22 horas e 28 minutos, é lançado o
novo satélite tendo a bordo a cadela Laika.
Laika uma pequena cadela meiga de pêlo branco e negro de dois
anos de idade, pesa 6 quilos. È fixa por correias ao habitáculo e
alimenta-se de uma ração à base de àgar-agar,pãp
em pó, carne e gordura. Antes de ser seleccionada teve de passar
diversos testes de vôo que incluem suportar vibrações, forças
G através de um exigente simulador de vôo. Um reservatório na base do
seu facto recebe as suas urinas e excrementos.Diversos instrumentos medem
a sua pressão arterial, ritmo cardíaco, frequência respiratória
e atividades motoras.
Aquando do lançamento, devido ao barulho ensurdecedor e às
vibrações Laika começa a uivar incessantemente.Durante a aceleração
encontra-se fixada ao chão da cabina com um ritmo cardíaco quase 3
vezes superior ao normal. Em imponderabilidade quando deixa de
sentir a atracção da terra, o seu ritmo cardíaco estabiliza.
Sempre se soube que Laika não deveria voltar viva à
terra, pois o Sputnik II não possuia forma de o
fazer. Várias versões correram desde se referir que após 7
dias uma dose de veneno seria automáticamente adicionada à sua ração
diária.Outra ainda refere que morreria por asfixia ou por emissão
de um gás mortal. A verdade soube-se somente em 2002.
Existiam graves problemas de regulação térmica,
o satélite aqueceu em excesso devido a má separação do foguete
propulsor e a inexistente protecção contra as radiações
solares . Após 4 a 5 horas de vôo Laika faleceu pelo calor, sem dúvida
sofrendo atrozmente com o calor, com desidratação e convulsões.
Contráriamente à versão oficial, o lançamento da primeira
cadela no espaço foi um fracasso.
A 14 de Abril de 1958, após percorrer 100 milhões
de quilómetros, 2570 revoluções de 104 minutos à
volta da terra o Sputnik II consome-se na atmosfera com os restos mortais
de Laika.
A 14 de Abril de 1958 Strelka e Belka, dois outros cães
partem ao espaço e regressam à terra sãos e salvos após 18
revoluções.
No total 14 cães estiveram em órbita durante os anos 60,
sendo que quatro encontraram a morte.
Desde 1997 que Laika possui a sua placa em Baikonur, a
cidade das estrelas, perto de Moscovo.
A esta cadela de quem a história hoje já não
se lembra, deixamos a nossa homenagem.
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